quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Nesse primeiro post de análises mais profundas sobre alguns dos indicadores recém-lançados pela ONU, gostaria de focar no IPM (Índice de Pobreza Multidimensional) ou MPI em inglês (Multidimensional Poverty Index).

Esse critério analisa as privações dos cidadãos em três áreas básicas: padrão de vida, educação e saúde.

Em relação ao padrão de vida, temos alguns critérios, tais como acesso à rede de esgoto e água tratadas, eletricidade, quantidade de banheiros entre outros. Para a educação, dois grandes ítens são pesquisados: a quantidade de crianças matriculadas na escola e a média de anos de estudo. Na questão da saúde, temos a taxa de mortalidade infantil e a de crianças subnutridas.

Segundo os critérios adotados pela ONU, um terço das pessoas dos 104 países pesquisados, isto é, 1,75 bilhões de pessoas sofrem com a pobreza multidimensional. Esse número está acima do critério estabelecido pela ONU para pobreza extrema, que é de 1,25 doláres por dia (1,44 bilhões de pessoas vivem com menos disso, mas abaixo dos 2 dólares estabelecido pela ONU como pobreza relativa (2,6 bilhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia).

Os maiores índices de pobreza multidimensional são encontrados no Sudeste Asiático e na África Subsaarina. Mas esse percentual não é igual. Enquanto na África do Sul, por exemplo, cerca de 3% das pessoas sofrem com o problema, em Niger esse índice salta para 93%. Importante ressaltar é que nem sempre países com menor renda per capita têm IPM maior que outros de maior renda per capita. Segundo a ONU, isso ocorre porque alguns países têm acesso aos "bens multidimensionais" facilitados ou mais baratos, ainda que a renda dos países não seja tão elevada.

No Brasil, o índice de pobreza multidimensional é relativamente baixo (8,5%), mas bem maior do que no vizinho Uruguai (apenas 2%). O Brasil também perde para Argentina, Chile e México.

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