sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O que o Brasil melhorou e o que o Brasil ainda precisa melhorar?

É interessante notar os avanços do Brasil, que vem, de acordo com a ONU, apresentando uma melhoria consistente e sustentável nos avanços sociais. Esses avanços, embora haja muita contestação (e eles estão aí para ser contestados mesmo), caminham, não de maneira uníssona, mas considerável. O salário mínimo, por exemplo, atualmente de 510 reais, representa um ganho real de mais de 50% em relação ao salário mínimo de 2002.

Não podemos descartar, contudo - e esse deve ser a prioridade do governo e de todos nós - a enorme desigualdade social, regional e de gênero que existe no Brasil. O relatório da ONU deixou isso bem claro, mas penso que, mais do que qualquer relatório, essa constatação é empírica.

Caso as diferenças de renda fossem consideradas no IDH, esse indicador cairia nada mais, nada menos que 37%. Isso significa que, apesar das melhorias recentes, ainda há muito o que fazer para a renda do Brasil se tornar melhor distribuída. Muitos questionam programas sociais de transferência de renda, sendo o Bolsa-Família o mais criticado. A maior parte argumenta que é um programa assistencialista, deixando, dessa forma, as pessoas dependentes dele, tanto economicamente quanto politicamente. Acabam por esquecer, todavia, que muitos países desenvolvidos também adotam programas semelhantes. Inclusive isso será assunto para uma matéria especial que será publicada aqui no Blog. Falaremos sobre um dos principais programas de transferência americano, o "Food Stamps"

Outra categoria que separa o Brasil é a educação. E, nesse aspecto, não temos muito do que se orgulhar. Embora haja bons programas do governo, como o ProUni, a educação pública fundamental ainda carece de investimentos, incentivo e qualificação de professores. A polêmica taxa, já mencionada aqui, sobre a "expectativa de anos de estudo" caiu de 14,5 para 13,8. A taxa de alfabetização é outro fator que estagnou na casa dos 90% há pelo menos três anos.

Por fim, temos a diferença de gêneros que ainda incomoda. Embora tenham, em média, mais anos de estudo que os homens, as mulheres ganham em torno de 30% a menos. Na política, a primeira presidente eleita é uma exceção e não a regra. Apenas 9% dos políticos brasileiros são do sexo feminino. Na Argentina, esse número salta para 30%.

Com esse post, encerramos as consideramos sobre o IDH 2010. A próxima matéria especial, como já mencionado, será sobre os programas de transferência de renda no mundo, com enfoque no "Food Stamps" americano.

Aguardem!

2 comentários:

  1. Bernardo mais uma vez parabenizo pelo excelente blog... de fato temos que procurar minimizar as grandes diferenças sociais no nosso país..Espero que Dilma Roussef o faça....Segundo a presidente, diminuir com a pobreza, é sua meta principal..Esperamos que isto aconteça...Vamos torcer.... Beijos no seu coração

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  2. Parabéns.............Sensacional matéria..........A Paz de Cristo

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